O Sheik de Agadir foi uma telenovela de Glória Magadan exibida na Rede Globo de 18 de julho de 1966 a 17 de fevereiro de 1967 às 21h30. Com direção de Henrique Martins e Régis Cardoso. Teve 155 capítulos e foi baseada no romance Taras Bulba, de Nicolai Gogol.
Sinopse
Um conturbado triângulo amoroso entre o sheik Omar Ben Nazir, a jovem Janette Legrand e Maurice Dumont, um oficial do exército francês. Em meio ao romance, estranhos assassinatos vão acontecendo. As vítimas são estranguladas por alguém de codinome O Rato, que sempre deixa um par de lucas pretas junto ao corpo. A grande revelação vem no final, O Rato é a Princesa árabe Eden, interpretado por Marieta Severo.
Elenco
- Henrique Martins
- Yoná Magalhães
- Amilton Fernandes
- Leila Diniz
- Mário Lago
- Márcia de Windsor
- Emiliano Queiroz
- Marieta Severo
- Yara Lins
- Cláudio Marzo
- Sílvio Rocha
- Luiz Orioni
- Vanda Marchetti
- Paulo Gonçalves
- Angelito Mello
- Sebastião Vasconcelos
- Waldir Santana
Curiosidades
- As tomadas do deserto do Saara foram feitas nas dunas na Restinga da Marambaia, litoral fluminense, em um campo de provas de tiro do Exército. A direção trabalhou o tempo inteiro com câmeras baixas, fora dos tripés para conseguir gravar em posições estratégicas que impedissem que o mar aparecesse ao fundo das cenas. Equipamentos do Exército foram usados para possibilitar as cenas de guerras com cavalos. A figuração foi feita por dezenas de alunos da escola da Hípica.
- Para possibilitar a comunicação entre o estúdio e o local de gravação, numa época em que não havia as facilidades tecnológicas de hoje, a produção usou os transmissores do Touring Club, uma firma que socorria automóveis enguiçados.
- Segundo Carlos Villa Nova, então chefe do controle mestre da TV Globo, havia uma área do local de gravação que só podia ser acessada em determinados períodos do dia, quando a maré ainda estava baixa. Muitas vezes, quando as gravações atrasavam, a maré subia, e os envolvidos na cena ficavam isolados do resto da equipe durante horas. Quando a maré descia, o trecho tinha que ser atravessado rápido ou havia o perigo da areia se tornar movediça. Certo dia, um câmera que gostava de tirar fotografias, parou seu jipe para tirar fotos da paisagem marítima. Quando se deu conta, metade do veículo havia afundado na areia. No dia seguinte, o jipe foi resgatado por um guincho do Exército.
- Uma das cenas escritas por Glória Magadan mencionava uma metralhadora nazista. Não havia nada parecido à disposição da produção. A solução foi improvisar e construir uma usando três pedaços de cabo de vassoura, três rolos de papel higiênico, fita banana, graxa de sapato preta e uma cápsula de bala.
- A abertura de O sheik de Agadir foi realizada com uma tomada da própria gravação, exibindo um cavalo empinado por Henrique Martins, tendo como cenário um grande areal.
- No rastro do sucesso da novela, a TV Globo promoveu um concurso para que os telespectadores respondessem à pergunta: “Quem é o assassino?”, repetida diariamente e inúmeras vezes na programação. Mas ninguém descobriu a identidade misteriosa do Rato.
- O personagem interpretado por Sebastião Vasconcelos foi uma das mais comentadas vítimas do assassino. Glória Magadan, uma exilada cubana, achava o ator parecido com Fidel Castro e resolveu cortá-lo sumariamente da trama.
- A novela O sheik de Agadir marcou a estréia do ator Mário Lago na TV Globo. Seu personagem era o de um coronel nazista, papel que foi conquistado apesar da resistência da autora Glória Magadan. Ela não admitia que um comunista atuasse em sua novela. Ele só foi mantido no elenco por insistência de Walter Clark, que se aproveitou de uma viagem da autora a Miami para assinar o contrato com o ator, criando um fato consumado.
- O público antipatizou com os atores que interpretaram os nazistas. Emiliano Queiroz chegou a ser agredido por uma espectadora indignada numa loja de departamentos em Copacabana, no Rio de Janeiro, um dia depois da exibição da cena em que seu vilão assassinou Marcel, o personagem de Cláudio Marzo.
- Segundo Carlos Villa Nova, a iniciativa da emissora de gravar O sheik de Agadir na Restinga de Marambaia foi considerada insana e motivo de piada nas televisões concorrentes.
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