Sangue e Areia (18 de dezembro de 1967 a 35 de junho de 1968)

Quarta novela das oito, Sangue e Areia teve 135 capítulos exibidos pela Rede Globo entre 18 de dezembro de 1967 e 25 de junho de 1968, às 20h. Baseada no romance homônimo de Vicente Blasco Ibañez, foi escrita por Janete Clair e dirigida por Daniel Filho e Régis Cardoso. Teve 135 capítulos.

Sinopse

Conta a ascensão, o apogeu e a queda de Juan Gallardo, filho de um toureiro morto em arena que decidiu seguir os mesmos passos do pai, apesar da oposição da família.

À medida que sobe na carreira, abandona os amigos e divide-se entre o amor de duas mulheres:Pilar, a moça simples que sempre o amou, e Doña Sol, aristocrata que representa um estágio mais elevado na sua vida, ela é uma mulher passional que fará de tudo para conquistar o amor do toureiro.

Elenco

Tarcísio Meira
Glória Menezes
Theresa Amayo
Cláudio Marzo
Amilton Fernandes
Myrian Pérsia
Arlete Salles
Ana Ariel
José Lourenço
Neuza Amaral
Nelson Xavier
Oswaldo Loureiro
Ênio Santos
Maria Esmeralda
Sônia Ferreira
Carlos Eduardo Dolabella
Zilka Salaberry
Gilberto Martinho
Monah Delacy
Fernando José
Glória Alves
Labanca
Luiz Carlos Braga
Paulo Padilha
Antônio Patiño

Curiosidades

A telenovela marca a estreia dos atores Tarcísio Meira e Glória Menezes na emissora, em produção luxuosa, extravagante e tumultuada.

Foi marcada pelo excesso de dramaticidade - Doña Sol, por exemplo, chegou a arrancar os olhos como prova de amor por Juan Gallardo!

Daniel Filho dirigia duas telenovelas ao mesmo tempo:Sangue e Areia, exibida às 20h, e O Homem Proibido, de Glória Magadan, no ar às 21h30, que estrearam na mesma data. Na novela de Janete Clair, Daniel Filho usava o pseudônimo "Carlos Ferrer", seu segundo nome e o sobrenome de sua avó paterna.

O diretor das duas telenovelas era o mesmo, mas Sangue e areia fez muito mais sucesso que a trama de Glória Magadan. O sucesso da novela de Janete Clair incomodou tanto a Glória, que ela culpou Daniel Filho pelo fracasso de O Homem Proibido;o diretor supostamente não estaria se dedicando com afinco à direção de sua novela. Daniel Filho acabou abandonando a direção de Sangue e areia por volta do capítulo 20, sendo substituído por Régis Cardoso, já que Janete Clair era quase uma estreante na Globo, e a cubana dominava a dramaturgia global.

Durante a produção, o ator Amilton Fernandes, que interpretava o vilão da trama, morreu em um acidente automobilístico.

As atrizes Myrian Pérsia e Arlete Salles também estrearam na Globo em Sangue e Areia. Sob pesada maquiagem, Arlete interpretou uma mulher de 45 anos, já que na época tinha apenas 22.

No terraço da Globo foi construída uma arquibancada, dando a impressão de que seria uma parte de uma praça de touros. Era uma arena espanhola com um público composto por 25 figurantes em cima de praticáveis que mediam 1,5 m x 3,5 m. As câmeras eram posicionadas de forma a esconder um edifício e montanhas atrás da sede da emissora. A produção utilizou filmes de touradas para inserir nas cenas. E, nas tomadas mais fechadas, onde se via Juan Gallardo duelando com um touro miúdo, na verdade é Tarcísio Meira enfrentando uma roda de bicicleta com chifres, guiada por Fernando José.

A abertura da novela tinha imagens de Tarcísio Meira e de um filme de tourada. Com o estúdio cheio de areia, o ator fazia os movimentos típicos de um toureiro, que depois eram colocados junto às touradas reais. No fim da abertura, uma rosa caía no chão e uma gota de sangue pingava por cima dela.

O romance de Blasco Ibañez rendeu três versões para o cinema. A primeira, de 1922, é muda e tinha Rodolfo Valentino e Lila Lee como os protagonistas. A segunda tinha no elenco Tyrone Power. A terceira e última, produzida em 1989, com Christopher Rydell e Sharon Stone vivendo os protagonistas, se passava na atualidade.

Primeira novela inteira de Janete Clair na Rede Globo pois a anterior, Anastácia, a Mulher sem Destino de 1967, ela entrou na meio da trama para ajudar o autor, Emiliano Queiroz.